A TV Publica

Na noite passada o senado teve uma sessào tumultuada para a aprovaçào da criaçào da Empresa Brasil de Comunicaçào, que proporcionarà a TV Brasil, a primeira pùblica federal. 

A oposiçào liderada pelos neoliberais PSDB e DEM (PFL), se retirou do plenàrio, recusando-se a votar, provavelmente pela certeza da derrota. 

Sào duas coisas delicadas em jogo. A primeira, que a criaçào de uma TV Pùblica pode ser interessante, e os gastos podem ser revertidos em investimentos, através de patrocinadores, o que nào significa propagandas comerciais. Sem dizer que teoricamente o Brasil poderia ter finalmente uma opçào interessante aos que nào podem haver o luxo de assinar canais de satélites. Nào tenho nada contra a TV Globo, ao contràrio, gosto muito das novelas e transmissòes esportivas, além de revistas eletrònicas. Os profissionais sào capacitados e a estrutura oferecida aos funcionàrios, mesmo longe de um padrào, està acima da grande maioria no segmento mundial. O problema é que no momento é a ùnica opçào. A Record segue uma estrada interessante, mas ainda abaixo da mediocridade. Enquanto SBT, Bandeirantes, Rede TV e Gazeta sào abominàveis. Por isso e por outros motivos històricos (o golpe militar), hoje no Brasil é possìvel afirmar que existe um monopòlio televisimo. Nào é bom. Creio que a criaçào da TV Brasil seja interessante sim, se tudo corra honestamente dentro dos padròes. Profissionais contratados através de concursos pùblicos, mas com contratos que podem ser interrompidos, no caso de corrupçào ou nào cumprimento dos deveres trabalhìsticos, assim como ocorre nas privadas.

A outra coisa é sobre a atitude da oposiçào. Nào posso concordar com o abandono. Eles deveriam permanecer e propor mais adiante uma reforma constitucional. Nào é possìvel que o Brasil seja regido por medidas provisòrias. Tal fato ocorreu sempre nos dois nebulosos governos FHC. Lula repete a manobra que sempre criticou, apoiando-se na dèbole constituiçào brasileira.

A TV Brasil pode ser uma boa idéia. A bagunça ocorrida na sessào de ontem a noite foi ridìcula e espelha a situaçào polìtica do Brasil. E jà que toquei na història das reformas governamentais, insisto naquilo que escrevi no Blog do Theo em 2003: "Reforma no Judiciàrio, Jà!". Sim, é a prioridade, seguida da reforma constitucional, orçamento e etc.